Tactear o transitório. Ser fulguração. Sentir o esgar da revolta, da ironia, do espanto...

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O que faz Aristides no meio deles?
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Que raio faz uma pessoa de bem no meio dessa gente eleita para bons e ilustres portugueses? Um homem que morreu na miséria por ter salvo a vida a milhares de pessoas que não conhecia e aos quais nada o ligava, que foi o altruísmo e o espírito da humanidade em pessoa, que tem a ver com os restantes nove?
Analisemos os restantes:
Um - o D. Afonso Henriques - não só bateu na mãe como mentiu com quantos dentes tem na boca ao seu Rei e primo, Afonso VII, além de ter inventado este rectângulo em que vivemos. Em caso normal seriam seis anos de prisão maior. Outro, o D. João II, matou com as próprias mãos, à facada, o Duque de Viseu no próprio palácio real. O Marquês de Pombal imaginou uma conspiração para mandar matar os Távoras (pai e filho) e o Duque de Aveiro; do Salazar já se sabe - Tarrafal, Peniche, Aljube, por aí fora há mortos e feridos. Do Cunhal foi falta de oportunidade, senão também havia de certeza.
E só aqui vão cinco. Vejam, agora, os outros quatro.
Um, O Infante D. Henrique, diz-se que era homossexual reprimido; organizou a conquista de Tânger e deixou lá o irmão D. Fernando, tão preso e tão só que ficou conhecido como Infante Santo (o que prova que o D. Henrique não era Santo nenhum). Outro, o Vasco da Gama, ainda organizou umas repressõezinhas na Índia, quando foi, brevemente, em 1524, o segundo Vice-Rei daquelas terras, já depois de Afonso de Albuquerque ter andado a cortar narizes e pernas ao pessoal.
Por último, há dois poetas, o que podia safar a coisa. Mas um é semi-invisual (repare que eu não disse semi-óptico), o Camões; e o outro tem problemas de personalidade, o Pessoa.
Ora, e sublinho o que lhe diz o meu amigo Dr. Aristides, que raio faz ele no meio desta gente?
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Excerto da "Carta Aberta" a Maria Elisa do Comendador Marques de Correia, na revista do Expresso de 26/01/2007
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Os resumos das biografias podiam estar melhorzito, mas como a crónica era em defesa do meu favorito nesta palhaçada toda, aqui fica.
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28 Janeiro 2007

5 comentários:

intruso said...

(risosss)

Abssinto said...

Só não cabe cá nas minhas como é que a Dona Amália não está entre os 10. Não consigo entender (foi nela que eu votei).

O Aristides tem muito mérito, concerteza, mas se não fosse D. Afonso Henriques talvez hoje falássemos castelhano (para mal ou bem dos nossos pecados- outra discussão).

beijo

Maria Strüder said...

Em todo não concordo com os posicionamentos na tabela!

St. J. said...

A veia «cómica» produz destas coisas... Ao piano, o comendador teria certamente uma récita diferente!!!

Enfim...

Mas o Aristides, merece tudo. Concordo contigo.

A Ana tem um novo (refeito) espaço. Um mistério que daria pano para mangas...

Calculo que já tenhas o novo endereço...

Beijo Grande,
J.

Letras de Babel said...

vamos rindo, intruso...que mais fazer?

(é uma pergunta estúpida. esquece...)

:)

beijos


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Acho que vou descer na tua consideração, abssinto (isto é que é presunção!), mas não gosto de fado.
Se a Amália devia constar entre os dez melhores portugueses de sempre? Sei lá. Assim como não sei o que é ser um bom português.
A minha preferência deriva da admiração que sinto pelas vidas que se entregam, abnegadamente.

...Se falassemos castelhano este assunto não teria lugar. Mas não me importaria que assim fosse. É uma língua tão mais doce que a nossa...

:)

Beijos


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Eu nem concordo com tabelas, maria.
Assim como não concordo com tanto coisa...e isso não impede que existam.
Dizem que tudo ao nosso gosto acaba por enjoar. Eis uma coisa que nunca saberei :)

Kisses


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Não perco uma crónica do comendador, St. J.
(ao piano porquê?)

O Aristides foi uma pessoa diferente no meio em que se moveu. A servir de exemplo.

Já tenho o novo endereço da A.
Mistério?
Pois...eu também tive de mudar as opções nos comentários.

Beijo

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