Tactear o transitório. Ser fulguração. Sentir o esgar da revolta, da ironia, do espanto...

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Pontos nos ii, sabedoria básica ou não batas mais no ceguinho

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A existência da vontade no fazer mal é matéria muito elástica, eu sei. Mas isso também coloca a existência da vontade no fazer bem no mesmo patamar.



Picture:


Se gostares de mim, se me ajudares e acompanhares no que e quando eu precisar, mas mesmo assim como mais ninguém faz por mim, eu digo-te, depois de me levares a viver mais uma noite: Bye, desculpa lá a pressa. Sim, foi uma noite agradável. Gostei do filme e daquele barzito. A malta vê-se amanhã porque tenho ali uns cortinados novos para pendurar. Talvez ainda dê tempo para me levares às compras. Amanhã ainda terás o braço ao peito? E, a propósito, isso foi do quê? Ias começar a explicar quando tive de atender a chamada da Alice que estava em prantos por causa do Blue. Era um caniche tão querido, coitada. (...) Hã? Outra vez. Sim, sei que não foi por quereres que não reparaste que eu estava a responder aqui a uma SMS. Deixa lá, contas amanhã, se der...



Or, by another hand:


Se me ferires, ok, sem querer, que tu até podes pertencer à categoria dos que acertam sempre na nuvem em vez do prato - e isso só porque o mundo é imperfeito e não deviam estar aquelas nuvens estúpidas, no horizonte, quando estás a praticar desporto - eu fico triste mas tudo cool na mesma, tás a ver? Eu compreendo. Nem me lembro das vezes que isso aconteceu. De todas as vezes em que precisei de ti ou te quis, e tu nem sabias se eu ainda existia. E passou sempre, não? Ora bem, se fosse de propósito não era nada assim, mas como é sem querer...podemos repetir, amanhã, a noite de hoje? Eu compro mais velas e pétalas de rosa e faço o teu cocktail favorito. Que achas? Não podes? Então prometes que me ligas em breve? Não, não me aborreço contigo, claro que não, não tens culpa nenhuma. Tu até gostas de mim...



Se não há um querer adjacente ao acto de fazer mal, também pode não haver querer adjacente ao acto de fazer bem. E serem, ambas as coisas, passíveis do mesmo tratamento por parte do objecto desse querer - ou não - fazer. Até porque o objecto pode bem ter reacções que não são bem por querer. Entregas absolutas ou coisas do só quando e como calha...

(Coloquem os géneros a gosto: m, f ou nem por isso, muito pelo contrário.)

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09 Março 2007

7 comentários:

un dress said...

muito pelo contrário.

este tecido esburacado de palavras aflitas sem eira nem beira.

muito pelo contrário para atrasamento do silêncio inter-dito,

a voz do medo. atonal...

(mas porquê? porquê?...)

Rui Fartura. said...

um muito obrigado pelo teu cdomentário no meu blog. fiquei mesmo sem reaxção.. e eu costumo ter sempre para todas as situações...

tens um blog fantástico. vou adicionar aos fav's se não te importaqres e estarei atento ao teu trabalho.

+

intruso said...

pois.....
o "querer"
(e o não querer)
tem muito que se lhe diga/escreva/viva...


[fiquei a pensar...]


...muito pelo contrário...


bj

Anonymous said...

Um óptimo "tópico" emocional...
Metamrfse

Letras de Babel said...

un dress,


tecido da alma, rendilhado ou por coser.

que, tantas vezes e em tanta gente, se esconde na toca com medo que algum vendaval o rasgue de vez.

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soggyscheme,

era tão só uma verificação dum facto: tens boas fotos, textos também, num enquadramento de que gostei e considerei bom no género.

(considerar bom, para mim, nem sempre é gostar...)

não desistas da tua vocação.
e, já agora, e porque o dizes bem alto, não desistas do teu amar (tão bonito).

:)

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cá ficamos sempre a pensar, intruso.
que nunca desistamos embora tenhamos tantas recaídas...

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a ironia na verdade, metamorfose.
vezes demais.
pena. pena da verdade precisar dela para doer menos.

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beijos

Anonymous said...

olá ;)

cedo percebi que viria devagar a este blog. escolher horas para ler e deixar a abertura suficiente dos olhos aspirar o que encontro. as mãos estavam vazias e agora o peso que levo vai dentro do coração. um grande beijinho e muito obrigada.

Letras de Babel said...

agradeço eu, alice.

e que o peso que levas daqui seja:

o peso que nos faz um filho no colo.
o peso duma flor no cabelo
o peso do nosso corpo no mar

em suma, o dos afectos, aromas e pertença.

beijo

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