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«Portugal deveria ser província de Espanha»
O escritor, que reside há 14 anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, «com dez milhões de habitantes», teria «tudo a ganhar em desenvolvimento» se houvesse uma «integração territorial, administrativa e estrutural» com Espanha.
Portugal tornar-se ia assim, sugere o Nobel português, mais uma província de Espanha: «Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla La Mancha e tínhamos Portugal».
«Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria. Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar», disse o escritor, membro do Partido Comunista Português desde 1986.
Questionado sobre a possível reacção dos portugueses a esta proposta, Saramago disse acreditar que aceitariam a integração, desde que fosse explicada: «não é uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira. (...) Não se deixaria de falar, de pensar e sentir em português».
Na visão do escritor, Portugal não passaria a ser governado por Espanha, passaria a haver representantes de ambos os países num mesmo parlamento e, tal como acontece com as autonomias espanholas, Portugal teria também o seu próprio parlamento.
in Portugal Diário - numa entrevista de JS ao Diário de Notícias
Absolutamente de acordo. Quem me conhece, sabe que já falo disso há algum tempo. Ademais, nem vejo outra solução para acabar com esta imoralidade reinante, contra a qual ninguém faz nada, de nunca terem existido tantos milionários neste país (autênticos chulos do erário público), enquanto 3/4 dos portugueses sobrevive com menos de 1 euro por dia. E os pais portugueses não põem sopas de Tabacaria ou Ilha dos Amores à frente dos filhos na hora de almoçar.
Eu até iria mais longe que isso...mas isso é outra história e, concedo, utópica.
PS: Soa-me tão bem o nome Ibéria.
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Saramago defendeu que Portugal deveria ser uma província Espanhola. Declarações causaram polémica e uma reacção do MNE, que rejeita esta hipótese. Sondagens mostram que, dos dois lados da fronteira, há quem defenda a integração
A polémica começou este domingo quando o prémio Nobel português, José Saramago, defendeu, numa entrevista publicada no Diário de Notícias, que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria. As declarações do escritor não agradaram a muitos portugueses e já suscitaram reacções do Governo e notícias num jornal chinês. Sondagens recentes mostram, contudo, que, dos dois lados da fronteira há quem defenda a integração.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, disse hoje á Lusa que discorda da ideia de uma integração de Portugal em Espanha, defendida pelo escritor José Saramago, afirmando que tem uma «perspectiva completamente diferente» das relações entre os dois países.
«Respeito muito a figura do escritor José Saramago, tem todo o direito de fazer essas declarações, é um pensador livre, mas tenho uma perspectiva completamente diferente relativamente à dialéctica das relações entre Portugal e Espanha para as próximas décadas», afirmou o chefe da diplomacia portuguesa em Bruxelas, citado pela agência Lusa.
Questionando sobre se a ideia de uma união ibérica constitui então um cenário de ficção literária, Luís Amado respondeu que se pode «categorizar» desse modo. (Claro, claro. O que tu queres não tem nada de ficção, até aí sei eu...)
No passado domingo, numa entrevista ao Diário de Notícias, o Prémio Nobel português da literatura defendeu a fusão entre Portugal e Espanha, sugerindo que o novo país se chamasse Ibéria.
O escritor, que reside há 14 anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, «com dez milhões de habitantes», teria «tudo a ganhar em desenvolvimento» se houvesse uma «integração territorial, administrativa e estrutural» com Espanha.
Polémica chega à China
As declarações de Saramago, que tanta polémica têm causado em Portugal, já chegaram à China. O jornal oficial chinês Beijing News noticia esta terça-feira as declarações de José Saramago em defesa da integração de Portugal e Espanha numa união ibérica e refere mesmo que metade dos portugueses concorda com a ideia. «Uma sondagem sobre a fusão de Portugal e Espanha feita recentemente demonstrou que na actualidade cerca de 50 por cento dos portugueses concordam com a união com Espanha», diz o jornal do governo de Pequim.
«Segundo a mesma sondagem, cerca de metade dos portugueses considerou que a união com Espanha seria benéfica para promover a economia portuguesa e a melhoria do nível de vida», continua o jornal.
O jornal chinês não revela quem realizou a sondagem, contudo, um inquérito realizado em Setembro pelo jornal Sol, revela que 28 por cento dos portugueses acham que Portugal e Espanha deveriam ser um só pais, sendo que a maioria (40,7 por cento) preferia que a capital do novo país fosse Lisboa.
Do outro lado da fronteira, um estudo semelhante, realizado pelo instituto Ipsos para a revista Tiempo revelou que 45,7 por cento dos espanhóis querem a união entre Portugal e Espanha, 43 por cento defendem que o novo país deve chamar-se Espanha, tendo Madrid como capital (80 por cento).
E vocês, que pensam sobre isto?
21 Julho 2007
20 comentários:
To me, it seems a dreadful indignity to have a soul controlled by geography.
George Santayana
Patriotism is the last refuge of the scoundrels.
Samuel Johnson
You'll never have a quiet world till you knock the patriotism out of the human race.
Bernard Shaw
...que o Saramago devia ir para a Formosa!
A integração económica é um facto; a política uma definitiva certeza no futuro. Somos, quer queiramos, quer não, parte do supra-estado europeu. Somos uma realidade una aos olhos do mundo. Seriamos melhores juntos. Estamos já juntos. Saramago sublinhou o óbvio. Talvez a vista seja mais nítida de lá para cá, sem as neblinas...
Se tivesse um filho mongloide ~
não deixaria de ser meu filho.
A vida não é só mercado
RESPEITO OS MEUS AMIGOS - MAS A
IDADE AINDA ME PERMITE SER LIVRE PARA DISCORDAR.
o contexto do desaforo
parece animar alguns distraídos
Na minha ignorante opinião... Parece-me que, se feita da forma da forma adequada e salvaguardando as especificidades culturais dos dois países, Portugal tinha muito a ganhar com a integração em Espanha... Total, não tarda nada a maioria das "regras e leis" será ditada por Bruxelas... se as regras viessem para a Ibéria... não me parecia nada mal.
Muito gosta este senhor de causar polémica! Apre! Rejeito a união por todos os motivos mas ainda mais pelo motivo oportunista, interesseiro; Esse senhor em entrevista que li diz que não pretende voltar a Portugal (uff!) e que mesmo a sua biblioteca particular ficará em Espanha (fiquem lá com os, livros fiquem!).
Personna non grata. (escarro)
este é um post em que a minha posição sobre o assunto está dada, quer no corpo do mesmo, quer nas citações que escolhi para encimar estes comentários.
não estranhem, portanto, que eu pouco ou nada intervenha. nem creio que isso alterasse a opinião de nenhum de nós, aqui.
[isto é apenas um blog que, de vez em quando, gosta de mostrar que não é só feito de "poesia, amores e afins", e que se interessa pelo social e político muito mais do que parece.]
todos temos a consciência - acho eu - do quão infinita seria uma discussão, a fundo, sobre o tema.
não tenho qualquer sentimento patriótico ou afronteirado...!
nem me interessa...todas as fronteiras são postiças afinal...
há que discutir tudo.
porque tudo é relativo e discutível...!
as fronteiras nada me significando, portanto, podem bem desaparecer-me da vida...:)
parece uma excelente possibilidade!!
beijO.naN
Iberos já fomos, depois, celtiberos, logo o relógio da história não anda para trás.
Obviamente que a vida não é feita de poesia, nem de amores e desamores. A vida é dura, num país cheio de lacunas, de estratagemas, de nuvens por juno. É verdade,sempre o foi, historicamente falando. Nós somos o produto do mesmo. Com as nossas contradições, má-língua e invejas. Somos por isso diferentes dos nuestros hermanos.Algo, algures num tempo histórico, dividiu o nosso cordão umbilical e tonamo-nos dizigóticos.Seria um quase cartoon, tentar assemelharmo-nos aqueles de quem nos separamos, por interesses económicos ou desenvolvimento.
Não são as fronteiras que nos separam. São as mentalidades. Eu conheço-os bem, os nuestros hermanos. Apesar de não terem uma identidade nacional , possuem num grau tremendo um sentido de pátria que nos coloca a milhas. São critérios, dirão. Lembram-se que ainda nem há meio século andavam de alpergatas, comiam o pão que o diabo amassou ,e recuperaram. Conseguiram-no porque são unos e coesos (para além de terem uma classe política que pensa no povo), algo que infelizmente nos falta.
Por isso e apesar de reconhecer que Espanha é quase uma potência europeia,de verificar no meu dia a dia a qualidade de vida que têm, prefiro ser o que sou, Portuguesa.
Aceito ,as opiniões de todos, dado preservar o sentido da palavra liberdade. Procuro que aceitem a minha também.
(não penso nada...
posso não pensar nada?)
:)
[inevitavelmente há identidades marcadas, bastante diferentes, apesar dos pontos de contacto...
Não me parece exequível, mas enfim... o curso da História é sempre surpreendente...]
Não sei... 1640 erro histórico? Maybe! tenho de pensar nisso. Mas ainda hoje, estava eu no Corte Inglés, a comer umas excelentes tapas de lomo iberico, com uns pimientos de padrón quando me lembrei que há muito tempo que não via os caramelos da Viuda Solano à venda. Terão acabado? Felizmente temos o Torrón de Alicante, por via das dúvidas. Que eu não sou muito de doces, mas um melocotón en calda, marcha! Gosto mais de salgados, umas aceitunas ou umas tapas de bonito en aceite de oliva... hum! Bom, mas não foi isso que me levou ao Corte Inglés, foi - e porque tinha ido à Zahara, que é mesmo em frente, comprar umas roupitas para o neto - um saltinho para comprar um frasco de Heno de Pravia, dos grandes, para depois do banho... muito refrescante! Pelo caminho ficaram-me os olhos num vestidinho da Agata Ruiz de la Prada, para oferecer à filha de uma amiga. É que ainda no outro dia, na Hola! vinha a neta dos reis com um igual!
Bem, mas não era nada disto o tema aqui debatido... que distraída que eu ando. Ibéria o quê?... Ah, não sei...eu sou portuguesa. Besos
tenho um amigo de Olivares com quem mantive intensas e prolongadas conversas sobre a Ibéria.
mas nós somos doidos varridos.
eu escrevia e ele pintava.
continuamos doidos varridos.
ele ainda pinta.
nuno travanca
muito pertinente o comentário da m!
fartei-me de rir...
costuma-se dizer que não basta ser é preciso parecer. Cleópatra, meu amor de hiroshima. o césar...ah o césar...
[o cesar lembra-me o cinema, mas isso não são boas novas. bergman e antonioni em 24horas, é obra...:( ]
bom, mas parecer já parecemos, o mais difícil é admitir sermos.
nuno travanca
eu tinha dito que pouco ou nada iria intervir nos comentários sobre este assunto. mas não posso deixar de dizer que tenho aqui talvez o melhor comentário que alguém alguma vez fez a um post; a mestria como driblou o tema dizendo tudo. a fina ironia mascarada de ligeireza...e não me adianto mais porque posso estragá-lo.
é o teu comentário, m.
que ganas de te besar, mujer!
:)
[exactamente, nuno, o que eu também já me ri :)]
gracias, cariño! porsupuesto que tenemos que reir... o lorar!
besos
Olà.
Vou fazer um intento por falar a sua língua.
Tenho lido o comentario de "m" e gostei moito, eu tambem fartei de rir.
O Portugal é um caso especial.
Eu sou das persõas que pensan que a parte da raia, pouco separa as nações da Espanha (entendida como derivação del nomen romano "Hispania").
E raias há moitas porque espanhois são os galegos, catalães, andaluços, e os castelhanos como eu.
Mas saben qual penso eu que é o problema? Os políticos.
Os políticos querem manter a sua praça de poder pase o que pase.
Eu tenho pensado que estaría bom que alguem fizes uma proba de poder com os portugueses a "elegir": presentar um partido político que pense e tinha como objetivo a integração não de Portugal no "Estado Español" sino a integração das nações da Espanha. Eu sei da lei em Portugal não deixar fazer algo assim, mas eu não sou ciudadão português, e não sei se issa lei podem-me aplicar. O digo para fazer-lo eu com otros que pensamos igual.
Gostaria de saber a sua opinião sobre a minha proposta. Se pode, por favor, faza-me chegar um correio a isto endereço duberoiglesias@hotmail.com
Olvidé pedir disculpas por mi portugués de principiante.
Gracias.
anonymous que o não é: O que é preciso é principiar porque depois o resto vem por si.
Minha querida, despertaste o monstro que dormia, agora há que alimentá-lo. Mas é uma boa discussão, sem dúvida.
Mais uma vez muito obrigada pelas palavras mais do que generosas. Desvancidamente, eu...
Sou portuguesa, falo português e penso em português, se tivesse de me unir a outro país, e falar outra língua ao menos que seja o inglês. Até hoje nunca conheci um espanhol simpatico e para mim Madrid é uma cidade sem qualquer história plantada por arquitectos no meio de um deserto. Antes de mais sei que seria bastante vantajoso para Portugal que se unisse a Espanha... e ao ego de alguns espanhois tambem... Peço perdao, se ofendi alguem mas eu tenho muito amor ao meu pais e ao nosso primeiro rei que nao sei se os nossos valoros portugueses ainda se lembram, mas ele e seus descendentes conquistaram, à força de espada e de homens tudo o que nos pertence, nao vou desonrar a memória de meus "igrejos avós" rendendo Portugal a Espanha... Afinal somos ou não "Heróis do Mar"???
Criar-se-ia, a meu ver, mais um movimento separatista a breve trecho. Oitocentos anos de história e muitos de rivalidade hereditária não se apagam assim com essa facilidade.
Nasci na raia com Espanha. Sei da raiva ancestral contra os espanhóis, sei do desprezo mútuo, sei de muita coisa adversa a essa ideia peregrina do Sr. Saramago, por quem tenho muito respeito apenas por alguns dos livros que nos deu. Mas apenas por isso. E sei do que falo.
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