Tactear o transitório. Ser fulguração. Sentir o esgar da revolta, da ironia, do espanto...

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Mãe
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Há dez anos que não te vejo.

Sabes? O Duarte ofereceu-me um livrinho de poemas sobre quadros de Cézanne.
O Duarte, que só viste dentro de mim.
Que diz que tu és bonita.
Assim, como só sabem dizer as vozes de dentro.
Sem temporalidade
Que tem o teu sorriso.

Talvez por saber, como tu sabes
Que te continuamos aqui.

O Diogo telefonou-me. Queria oferecer-me um telemóvel.
Já tenho dois, mas ele acha que eu devo ter muito de tudo.

É a parte dele de ti.
Que também te continua.

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07 Maio 2006

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