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Como se fossem um
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- Não me olhes assim...
- ...
- ...Se eu sei dos teus tormentos devias rir até me convenceres que eram invenções febris das minhas madrugadas, da minha mente delirante.
- Dà-me um cigarro. Ou deixa-te de cenas metafórico-parabólicas.
- Eu calo-me. Dorme.
- Tu pensas que os meus olhos são tristes numa sádica demonstração de menino desprotegido? Tu pensas que eu uso as palavras para fingir que sou superior à merda que me circunda?
- Não foi bem isso que eu disse...
- Foi! Como se não soubesses das frustações secretas que temos, como se não soubesses que não conseguimos o que queriamos, como se não soubesses da ambivalência de situações que...
- Que...
- Tu sabes...O impossível, o incompleto, o não acabado. A raiva aprisionada nos dentes. O querer ser feliz sem ter um pingo de fé em que isso aconteça. Se dizes que sabes de nós porque raio me obrigas a fumar, falar, recordar, lutar, andar às voltas no labirinto?
- Seja. Apaga o cigarro. Fecha a luz. Dá-me a mão e tenta esquecer. É o que eu faço.
- Fazes, fazes, fazes...Não me faças rir...
- Nós não sabemos rir, esqueceste-te? Nunca percebi porque brilhamos tanto entre os outros. Será desta distância de sabermos que a verdade reside só em termos nascido a sentir demais a vida para a querer, para gostar dela? As verdades secretas escapam-se sempre para o outro lado do muro e brilham por terem inventado a liberdade...
- Se tomas isso como verdade...eu acho que estás enganada. Tu sabes que eu não quero ser duro, quero prender a tua mão na minha e dormir, sómente isso. Posso?
- Ontem, enquanto olhava um semáforo, lembrei-me de nós; do quanto eu gostaria de sermos, pelo menos, o instante da passagem do amarelo..
- Não me parece desagradável. Mas também gostei de termos sido o verde. E, pensando bem, também não foi mau termos sido o vermelho...
- Não era para rir...
- Não me interessa para que era, inspirou-me. Transforma as vozes nessa cabeça em sangue a aquecer nas veias e vem...e tráz contigo a cola do suor e do calor que nos isola do pior e do amor.
- Não ias dormir? E eu não quero isolar-me de...
- Queres. Cala-te...
_- ...
- ...Se eu sei dos teus tormentos devias rir até me convenceres que eram invenções febris das minhas madrugadas, da minha mente delirante.
- Dà-me um cigarro. Ou deixa-te de cenas metafórico-parabólicas.
- Eu calo-me. Dorme.
- Tu pensas que os meus olhos são tristes numa sádica demonstração de menino desprotegido? Tu pensas que eu uso as palavras para fingir que sou superior à merda que me circunda?
- Não foi bem isso que eu disse...
- Foi! Como se não soubesses das frustações secretas que temos, como se não soubesses que não conseguimos o que queriamos, como se não soubesses da ambivalência de situações que...
- Que...
- Tu sabes...O impossível, o incompleto, o não acabado. A raiva aprisionada nos dentes. O querer ser feliz sem ter um pingo de fé em que isso aconteça. Se dizes que sabes de nós porque raio me obrigas a fumar, falar, recordar, lutar, andar às voltas no labirinto?
- Seja. Apaga o cigarro. Fecha a luz. Dá-me a mão e tenta esquecer. É o que eu faço.
- Fazes, fazes, fazes...Não me faças rir...
- Nós não sabemos rir, esqueceste-te? Nunca percebi porque brilhamos tanto entre os outros. Será desta distância de sabermos que a verdade reside só em termos nascido a sentir demais a vida para a querer, para gostar dela? As verdades secretas escapam-se sempre para o outro lado do muro e brilham por terem inventado a liberdade...
- Se tomas isso como verdade...eu acho que estás enganada. Tu sabes que eu não quero ser duro, quero prender a tua mão na minha e dormir, sómente isso. Posso?
- Ontem, enquanto olhava um semáforo, lembrei-me de nós; do quanto eu gostaria de sermos, pelo menos, o instante da passagem do amarelo..
- Não me parece desagradável. Mas também gostei de termos sido o verde. E, pensando bem, também não foi mau termos sido o vermelho...
- Não era para rir...
- Não me interessa para que era, inspirou-me. Transforma as vozes nessa cabeça em sangue a aquecer nas veias e vem...e tráz contigo a cola do suor e do calor que nos isola do pior e do amor.
- Não ias dormir? E eu não quero isolar-me de...
- Queres. Cala-te...
01 Maio 2006
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